terça-feira, 28 de setembro de 2010

Uma família desmembrada

Não foi a morte e nem a separação.

Na verdade eu não consigo entender o que houve com essa família, porque os membros se desligaram.

Houve sim uma separação, marido e mulher se separam e muitas vezes não se relacionam mais, o que é natural em muitos dos casos.

Não houve traição, não houve violência física, não houve escândalos públicos.

Todo e qualquer amor, afeição e preocupação dos filhos, já adultos, com os pais é nulo. Tudo é muito frio, impessoal, nada familiar. Os pais, por sua vez, não conseguem estabelecer um contato mais amigável com os filhos.

Desde um simples gesto por se importar com a consulta do médico, com o programa de sábado no almoço ou o aniversário. Nada, nenhum movimento de carinho.

E como pode acontecer assim? E toda a história de antes da separação? A consideração.

A sensação que eu tenho é que a separação devia ter ocorrido há 10 ou 15 anos, como não aconteceu o processo de distanciamento se iniciou mesmo assim, ou seja, agora com a separação nada mais há entre os membros da família, só um vazio que incomoda.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Meus suspiros e minhas faltas

Conversei hoje com um cliente que vive em Manaus pelo msn, ele tem um livraria lá e sempre o admirei pela forma como obteve sucesso em sua empreitada.

O sucesso e a satisfação de trabalhar com livro, ter seu próprio negócio, conseguir fazer dar certo.

Isso tudo longe daqui, dessa loucura que é São Paulo, do tumulto e de onde o capital gira.

Voltei a pensar em duas coisas que estão ligadas e que são opostas, em duas formas de viver, de trabalhar.

Penso muito em criar um serviço de entrega de jantares caseiros, para os paulistanos que sempre não tem tempo para fazer uma refeição gostosa e completa, ou não compensa, afinal cozinhar para uma ou duas pessoas é muito complicado.

E também tenho vontade de sair daqui e abrir um albergue da juventude no nordeste, viver perto de gente animada e jovem, mudar de vida totalmente.

A conversa trouxe esses pensamentos de volta, trouxe um suspiro bom, cheio de vontade e outro ruim, com frustração e incompetência.

Falta dinheiro, falta apoio, falta coragem, falta conhecimento...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pequenas coisas banais que ele faz por mim

Vou tentar listar sempre as pequenas coisas que ele faz por mim, podem ser banais e na maioria das vezes eu nem noto...

Por isso mesmo que resolvi escrever.

Ele lava a louça

Ele fecha as portas de correr do nosso armário

Ele recolhe o lixo e leva pra fora

Ele traz um chocolate quando volta do trabalho

Ele tranca a porta de casa

Ele recolhe as roupas do varal

(...)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Namoro à Distância

Namorar morando em cidades diferentes.

Eu vivi isso por um ano e meio, eu no interior e ele na grande São Paulo. Eram 276 km de separação, uma parada no posto de gasolina para lanche e toalete, mais outra parada em São Carlos. Assim era o itinerário do ônibus que ou eu ou ele pegávamos todos os finais de semana, sem furar nenhum. Araraquara - São Paulo, São Paulo - Araraquara.

Também conversamos longamente por telefone, todos os dias, logo que o relógio passava da meia noite ou um ou outro ligava, o telefone mal tocava e já era atendido. Depois da meia noite porque era mais barato, não sei se ainda é assim hoje.

Lembro como toda a espera era extasiante, a espera por encontrá-lo, a espera pelo toque do telefone, a espera por ouvir o alô do outro lado.

Comecei a pensar neste tema quando conversei com uma amiga de lá que está namorando um amigo que está aqui em São Paulo, já estão juntos a bastante tempo e acabei relembrando minha época de namoro.

São alguns pontos muito positivos que quero citar aqui, um deles é o fator saudade que acontece bem no comecinho da relação, quando estamos no auge da paixão, querendo ficar junto o tempo todo, fazer de tudo junto, a fase da melação e grude total. Mas não é possível, a partida de um dos dois é inevitável, assim como a saudade que vem e invade tudo. A sensação de saudade que sabemos que está para morrer é muito boa!

Outro ponto é exatamente o contrário, a distância força o encontro íntimo que nem todo namoro tem como regra, ou seja, quando se encontram precisam abrir suas casas, arrumar um cantinho para dormir, apresentar a família...

Com tudo isso vem algo muito importante, começa mais cedo a fase do planejamento, pois começamos a pensar logo como fazer para acabar com a tal distância e o sonhar junto que constrói a vida de um casal.

A sensação que tenho é que o namoro à distância amadurece mais cedo...