terça-feira, 21 de outubro de 2008

As Aventuras e O Olhar

Fui visitar alguns clientes, fui até Suzano, passei pela Zona Leste de São Paulo.


Pensei em escrever "As Aventuras de uma Japonesa do Interior na Grande São Paulo" (ainda não estou feliz com esse título) e colocar todas as minhas sensações, impressões, perguntas, angústias...


Fui de trem e saquei minha agendinha de bolso e fui escrevendo.

O condutor do trem avisa para tomarmos cuidado com o vão entre o trem e a plataforma, olho para lá, é enorme e com uma diferença de altura, com certeza muitos já foram por ali.

Você desce do trem preocupado para não cair, a saída da estação é por uma catraca horrível, fechada até o teto, uma grade horizontal que cruza com uma outra invertida, você entra dentro dela, como nessas portas giratórias de banco. E pior, ela ainda faz barulho quando gira com você.

Para ajudar eu saí da estação pelo lado errado, fui parar do outro lado da linha do trem.

Fui eu atravessar pela passarela, estava caindo uma chuva fria e fina, eu estava sem guarda-chuva, mas isso não era um problema, pois os camêlos estavam todos pela passarela e fizeram um túnel com toldos para protegerem suas barracas e mercadorias. Um tanto claustrofóbico, mas funcional. Por ali havia gente comprando, vendendo, conversando, de bicicleta e atravessando como eu, trabalhando como eu.

Estou aprendendo muito com meu trabalho. Aprendendo a olhar de verdade.






sábado, 18 de outubro de 2008

Prefiro as mortas

Ontem no supermercado comprei um maço de rosas vermelhas.




Elas estão agora em um vaso de vidro grosseiro, com um pouco de água, enfeitando a sala.

Eu gosto de passar por ali e saber que elas estão ali.

Eu gosto de flores, mesmo sabendo que não tenho nenhum jeito com elas, agora prefiro comprar as que já estão mortas, assim não serei eu a matá-las por falta de habilidade.

Quantas vezes e por quanto tempo passamos a lutar contra a nossa natureza?

Sabemos que não somos todos iguais, mesmo assim, insistimos em coisas que não são naturalmente nossas características, competências, desejos... Perseguindo algo que nos é imposto e sem perceber o tomamos por nosso, por nossa obrigação.

E como podemos perceber o que é natural e o que é imposto?

Não sei.

Não sei se gosto de flores por natureza ou se me foi imposto este gosto por ser mulher.

Não sei se as compro porque eu gosto ou porque nunca as ganhei naturalmente de alguém.

Só sei que prefiro comprar as mortas.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Como acaba? Por que acaba?

Ontem assisti o Profissão Repórter e fiquei muito emocionada com um dos casos que eles acompanharam.
Um homem que era apaixonado por uma amiga antiga e não a encontrava há 22 anos.
Ele ficava tão nervoso e emocionado que me supreendeu.
Depois ao mexer em uma caixa cheia de lembranças encontrou uma carta da ex-mulher, com quem foi casado por mais de 10 anos e separaram-se, ele ficou mais uma vez emocionado, chorou e perguntou porque será que o amor acaba, como duas pessoas que se amaram tanto e construiram toda uma vida juntas e mesmo assim acaba, simples... Como acaba? Por que acaba?
Nossa... fiquei mesmo admirada, tocada pela sensibilidade dele, da emoção, das lágrimas.
Este assunto anda me rondando muito. No meu casamento está tudo bem, mas tenho muitos amigos separados ou em crise, ando falando muito nisso e questionando muito também.
Acho que fica tudo mais confuso por eu estar bem em casa.